O Guia, simples e prático, para evitar o excesso de informação, de uma vez por todas
O excesso de informação é um dos grandes problemas das nossas sociedades. Sociedades de Terceira Vaga, como dizia o falecido Alvin Toffler, que previu muitos dos nossos problemas, com meio século de avanço.
A informação em excesso afeta-nos a todos, em todos os domínios da vida, incluindo na liderança de empresas.
É um problema sério, que pode ter graves consequências a nível da saúde mental e emocional, das relações pessoais, dos resultados profissionais e muitos outros.
Em jeito de guia, rápido e facilmente acionável, trago seis dicas para evitar o excesso de informação.
1. Seleciona cuidadosamente as tuas redes sociais.
Durante a pandemia, uma das trends que surgiu foi o “unfollow”. Talvez mais despercebida que as outras, precisamente por ser silenciosa.
Muitas pessoas, esmagadas pela catadupa de informação, desinformação, comentários, piadas, sensacionalismo, etc. – compreenderam que desligar-se das redes sociais seria benéfico para a sua saúde mental. Nem que fosse parcialmente.
Melhor ainda: seria necessário selecionar a informação. Não é interessante? Instila pânico? Apela aos sentimentos mais básicos das pessoas? Então não me interessa.
Deixar de seguir é uma solução simples para controlares as redes sociais e impedires que elas te controlem.
2. Seleciona cuidadosamente as tuas newsletters.
As newsletters são uma forma de teres conteúdo em primeira mão e sempre atualizado.
Não importa se vêm do teu blogue tecnológico favorito ou da Autoridade Tributária e Aduaneira.
O que importa é que se trata de conteúdo original, relevante e que te vai interessar.
E não é um algoritmo que te diz quando irás aceder a essa informação. É uma relação direta entre ti e a tua fonte de informação.
3. Lembras-te dos RSS Feeds? Recupera-os.
Antes do boom das redes sociais, havia uma ferramenta preciosa e muito utilizada pelos “geeks” da internet: os RSS Feeds.
Estes permitem receber notificações sempre que os blogues e sites que segues têm conteúdo novo.
Seguem a mesma lógica das newsletters – tu escolhes o que queres acompanhar, em vez de ser o algoritmo a decidir por ti.
Recupera o teu serviço de Feeds ou, se nunca o utilizaste, cria um.
4. Investe na tua equipa e delega a pesquisa e recolha de informação.
Instintivamente, o CEO sente que precisa de saber tudo.
Tudo o que se passa dentro e fora da empresa. Todas as decisões tomadas por cada colaborador; a reação de cada cliente; as novidades legislativas e fiscais que poderão impactar a empresa; as novidades tecnológicas que poderão ser uma ameaça ou uma oportunidade; o que se diz na imprensa sobre a empresa, etc., etc.
Acontece que há um limite para a quantidade e qualidade de informação que podes recolher e processar.
Investir na tua equipa passa também por aqui.
É importante que cada um seja especialista na sua área, não apenas na execução mas também na informação. E se achas que um dos teus Team Leaders é melhor a executar e fazer executar do que a recolher informação, debate isso com ele. Talvez possam encarregar outros elementos da equipa de fazer essa recolha.
Da mesma forma, quaisquer novidades legais deveriam ser-te passadas pela tua equipa administrativa e não o inverso.
E isso leva-nos ao próximo ponto.
5. Investe na tua equipa – promove os resumos e as sínteses.
O tempo é escasso. Muitas vezes não vais precisar de saber todos os detalhes, sobre um determinado projeto.
Educa a tua equipa na arte de elaborar relatórios: sintéticos, diretos ao assunto e com referência para as fontes (websites, documentos, etc.) que te permitam saber mais sobre o assunto, se necessário.
6. Ignora informação irrelevante.
Lembra-te: informação em excesso irá prejudicar-te mais do que beneficiar-te.
Por isso, ignora a que não interessa.
Para distinguires a informação relevante da que é irrelevante, deves estar consciente dos teus objetivos e da tua forma de trabalhar.
Vejamos um exemplo.
Uma microempresa tem um cliente que aparece no escritório, regularmente, para dar dois dedos de conversa. Faz uma série de comentários sobre o serviço (com o qual está satisfeito) e sobre o mercado, do qual afirma ser conhecedor. Que há novas tendências, que o caminho do futuro será outro, etc. Dá sugestões sobre o que a empresa deverá fazer relativamente ao seu desenvolvimento. Será informação útil? É verdade que devemos estar atentos ao que o mercado nos diz. Ou será o cliente uma daquelas pessoas que gosta de se ouvir a si próprio?
Aqui entra em cena o teu sistema de recolha de informação sobre o mercado e a envolvente. O cliente até pode falar de forma entusiasmada, mas é apenas um; outros clientes poderão ter opiniões diferentes. Não te guies pelo entusiasmo de quem não sabe – trata-se de informação irrelevante.
Espero que estas 6 dicas te ajudem a evitar o excesso de informação, de uma vez por todas.
Como é a tua experiência neste campo? Também achas que a informação a mais pode ser mesmo muito prejudicial?