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8 razões pelas quais a microgestão atrasa a tua empresa

Delegaste uma tarefa importante a um colaborador da tua equipa e atribuíste-lhe um prazo de execução. O que é que fazes a seguir?

  1. Deixas que avance e vais acompanhando apenas em alguns pontos-chave?
  2. Envias e-mails de hora em hora ou passas vezes sem conta na secretária dele para teres a certeza de que nada corre mal?

Se costumas optar pela segunda opção, podes bem ser um microgestor. Por definição, a microgestão é um estilo de gestão pelo qual um gestor observa ou controla de muito perto o trabalho dos elementos da sua equipa, com pouca ou nenhuma liberdade para desvios.

Será bom? Será mau? Eis a minha opinião:

 

1. A microgestão tem um impacto negativo no moral das equipas. 

Por ser a forma mais extrema de controlo de um ambiente laboral, assume-se como uma atitude desmoralizante e contraintuitiva onde te apoderas da monitorização de TUDO o que a tua equipa faz, na ânsia de obter controlo para que nada falhe. Mas então, não deveria ser este o teu papel? Embora possa ser útil em projetos de pequena escala, irás reparar que, ao adotar esta atitude, a tua visão do panorama global fica comprometida, prejudicando a tua equipa e os resultados da tua empresa.

 

2. A microgestão baralha as equipas ao misturar “quem faz o quê”.

O microgestor desperdiça o seu tempo a executar tarefas que não são da sua competência e deixa-se frustrar com isso. Entende que só ele é que sabe fazer bem as coisas, supervisiona todos os detalhes das tarefas que delega e força a equipa a trabalhar segundo os seus próprios padrões. O resultado é que ninguém faz o que deveria fazer: por um lado, o microgestor não está a investir na formação, no crescimento profissional e pessoal da equipa e no crescimento da empresa; por outro lado, os colaboradores não executam as suas funções e não se sentem inspirados pelo microgestor nem se reveem nele.

 

3. A microgestão não permite que as pessoas errem e aprendam.

É difícil ficares indiferente ao ver alguém a cometer erros, especialmente se já souberes como os solucionar. No entanto, a microgestão faz com que a tua equipa se torne dependente de ti, em vez de se sentir capaz de executar as tarefas por conta própria. Elementos de uma equipa outrora independentes, criativos e motivados perdem estas qualidades numa empresa microgerida.

 

4. A microgestão reduz a criatividade e a iniciativa da tua equipa.

Imagina que, ao delegares uma tarefa, dás liberdade à tua equipa para encontrar uma solução inovadora, “pensar fora da caixa”, ser mais produtiva e até mesmo para te surpreender com um ótimo resultado. É isso que queres, certo? A microgestão é inimiga disto tudo. Com ela, impedes o florescimento de um ambiente de trabalho saudável, onde as pessoas sejam capazes de resolver problemas e onde, sinceramente, também não sintam essa vontade.

 

5. A microgestão desacelera a tua empresa, tornando-a mais lenta do que a concorrência.

Se optares pela microgestão, ficando a observar cada passo da tua equipa e exigindo relatórios de progresso mais frequentemente do que o necessário, estarás a contribuir para um trabalho mais moroso e tedioso para todos. E, mais uma vez, a tua empresa sai prejudicada em termos de resultados.

 

6. A microgestão dificulta a relação Gestor-Colaborador.

Os colaboradores consideram difícil comunicar com gestores que fazem da microgestão o seu dia-a-dia. Sentem que o trabalho que realizam não é valorizado e que não há liberdade de atuação para além das diretrizes de quem gere. Depois de se aperceberem de que estão a ser microgeridos, passam a ocultar situações para não terem de ser confrontados pelos gestores, não se mostram disponíveis para conversar “de coração aberto” sobre problemas e conflitos e bloqueiam perante situações que seriam facilmente resolvidas por si, sem interferência dos gestores, por terem medo de decidir sem autorização para tal. Por outro lado, o gestor também vê o seu desempenho afetado pois, com medo de ser culpado pelo fracasso dos colaboradores que gere, aumenta a sua microgestão, numa tentativa de reduzir o fracasso, o que acaba por deteriorar ainda mais a relação entre ambos.

 

7. A microgestão aumenta os níveis de stresse na tua empresa e diminui a produtividade.

Ser observado e avaliado de forma constante provoca stresse em qualquer colaborador, levando a uma clara diminuição do ritmo de trabalho já que a tua equipa vive com o constante receio de que encontres algum erro no seu trabalho. A única forma de um colaborador aprender e desenvolver novas competências no seu cargo é por iniciativa própria, testando, errando e apurando as suas capacidades.

 

8. A microgestão normalmente faz com que os melhores talentos acabem por sair da tua empresa e mina os colaboradores que ficam.

Os melhores talentos não aceitarão trabalhar num ambiente exageradamente controlado e não abdicarão da oportunidade de poderem deixar a sua pegada no seu ambiente de trabalho. Se virem que não conseguem mudar o sistema, abandoná-lo-ão sem pensar duas vezes. Os que resistirem e ficarem por mais algum tempo não se reverão na cultura empresarial da tua empresa, produzirão menos e terão níveis de motivação muito baixos.

Acredito que um ambiente corporativo saudável e eficiente é um casamento feliz entre darmos à nossa equipa independência e monitorizarmos de modo regular o trabalho que desempenham. Podes consegui-lo: a) se permitires que os teus colaboradores assumam as rédeas dos seus próprios projetos, b) se lhes deres o espaço de que necessitam para potenciarem as suas competências e c) se os inspirares a tomarem a iniciativa nas decisões que afetam o rumo da tua empresa.

Que estilo de gestão predomina na tua empresa? Apostas numa liderança inspiradora que desenvolva os teus colaboradores para que também eles desenvolvam o teu negócio? Adoraria receber o teu feedback. 😉

Carla Gaspar

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