5 erros a não cometeres ao recrutares talento para a tua empresa
Uma empresa é feita da massa de pessoas que a constituem – até aqui, nada de novo. Se a massa for feita com boa farinha, dará um bom pão. Por isso, o recrutamento é um dos pilares estratégicos mais importantes da tua empresa, pilar esse que influenciará em tudo o sucesso futuro do teu negócio. E o mais interessante, a meu ver, é que esta é uma variável que tu podes controlar – ao contrário de variáveis externas, como o mercado, os clientes, os fornecedores, o Estado. Digamos que ao teres um processo de recrutamento eficaz, do qual resultam excelentes contratações para a empresa, estarás a aumentar em 99% a probabilidade de o negócio ser bem-sucedido.
Na SMARTIDIOM já cometemos alguns erros nesta área. Nem sempre fomos bem sucedidos ao conseguir recrutar as melhores pessoas e houve alturas em que eu entrevistei e escolhi contratar pessoas que nunca deveriam ter entrado na minha empresa. A empresa ressentiu-se muito e demorámos muito tempo a apanhar os cacos. Daí que eu tenha sentido a necessidade de afinar bastante o nosso processo de recrutamento, precisamente por ter sentido na pele os estragos que uma cultura organizacional pouco estável e robusta pode provocar nas pessoas, na estratégia do negócio e nos resultados e sonhos que nos propomos concretizar todos os dias.
Compilei, por isso, 5 erros que fomos corrigindo ao longo do tempo e que se transformaram em grandes lições que aprendemos no nosso caminho e que aproveito para partilhar contigo neste artigo.
Erro n.º 1: Usares sempre os mesmos meios de recrutamento
São famosos os testes ultraexigentes que a Google coloca aos seus candidatos e não é por acaso. A Google não tem dificuldade em encontrar os melhores candidatos porque o mundo inteiro sonha trabalhar lá. Para a tua empresa, pode ser mais difícil encontrar os melhores. Por exemplo, agora que a SMARTIDIOM já é mais conhecida do que no início, a qualidade dos talentos que responde aos nossos anúncios é muito superior à que tínhamos nos primeiros anos da empresa.
Se estás no início e, além disso, se a tua empresa está sedeada numa cidade mais pequena, poderás ter dificuldades adicionais – a SMARTIDIOM tem sempre muito mais interessados nas vagas do nosso escritório do Porto do que nas vagas do nosso escritório de Leiria. Então, se colocares anúncios sempre nos mesmos meios, é natural que recebas sempre as mesmas candidaturas. Define quem são os colaboradores que queres recrutar e descobre onde é que eles estão online. Depois, aposta nesses canais de comunicação. Dedica tempo às redes sociais, especialmente ao LinkedIn, onde é fácil encontrar candidatos e as respetivas referências.
Erro n.º 2: Não seres criativo e original no copy do anúncio de emprego
Eventualmente já estás farto de receber dezenas de currículos, todos iguais. Sem originalidade e sem nada que chame a atenção. Mas repara que o mesmo acontece a quem está à procura de uma boa oportunidade. Os anúncios de emprego também são todos relativamente iguais. Os melhores candidatos tendem a ignorá-los e a dedicar tempo às ofertas que realmente lhes interessam. Investe na descrição da oferta. Deve ser tão específica quanto possível, sem deixar de dar ao candidato a big picture sobre o significa trabalhar para a tua empresa. Deve refletir os valores e a cultura da empresa (algo em que certamente já estarás a trabalhar, certo?) Em vez de seres tu a criar o copy do anúncio de emprego, coloca a tua equipa a fazê-lo – a tua equipa saberá melhor do que tu quais são os pontos a que terá de dar destaque e que farão a diferença para os candidatos.
Erro n.º 3: Apressares o processo
O time-to-market obriga-nos a tomar decisões apressadas. No entanto, uma decisão errada pode ter consequências negativas a longo prazo. Ainda que seja difícil contabilizar em números essas consequências, podes estimá-los: o custo de treinar a pessoa ou o tempo e as oportunidades que se perdem pelo facto de a pessoa não ser a adequada são algo que deverás ter em linha de conta. Precisas de uma boa pool, de validar os conhecimentos e a experiência dos candidatos e de evitar contratar o primeiro candidato que pareça corresponder aos requisitos só porque estás aflito para contratar alguém porque a tua equipa está a abarrotar de trabalho e não queres dizer que não a oportunidades de negócio. Quanto mais “sénior” for a posição que pretendas preencher, maiores os riscos que corres ao apressar o processo. Ah, e dedica, por favor, tempo a preparar questões que visem conhecer o mais possível o candidato sem te cingires apenas às competências técnicas e à experiência que possui.
A minha premissa, que na SMARTIDIOM já todos conhecem de cor, é “prefiro, de longe, ter de ensinar toda a técnica a alguém que mostra ser um bom ser humano do que contratar um excelente técnico que é um ser humano intragável”. Recruta colaboradores que se identifiquem com os valores e a missão da tua empresa. Por exemplo, um dos valores-chave da cultura empresarial da SMARTIDIOM é a integridade. Queremos ter a certeza de que todos os nossos colaboradores fazem a coisa certa sempre, mesmo quando ninguém está a ver. Este é um princípio basilar para toda a gente cá dentro. Se numa entrevista de emprego, o candidato revelar sinais de, num emprego passado, ter tido uma conduta duvidosa, por muito interessante que seja a sua experiência, esse candidato nunca será recrutado para a nossa empresa.
Erro n.º 4: Não seres totalmente frontal e direto no que procuras
Não acredito em cultura empresarial forte sem frontalidade. Numa altura em que é cada vez mais difícil às empresas prospetarem e reterem talentos, não caias na tentação de, num período em que tens mais urgência em recrutar para uma determinada função, ser menos exigente com as competências necessárias. Já cometi alguns erros de casting por não seguir à risca este critério, que resultaram em despedimentos antecipados e indemnizações a colaboradores que nunca deveriam ter entrado na minha empresa. A empresa sofre financeiramente sempre que é necessário recorrer a estas estratégias e a cultura empresarial também é afetada.
Erro n.º 5 – Não envolveres a tua equipa no processo de recrutamento
Identificar a necessidade de novos elementos para a tua equipa não deve ser uma tarefa só tua. Na verdade, dependendo do tamanho da tua equipa, o próprio processo de recrutamento pode e deve envolver outros elementos. Mas como podes não ouvir as opiniões da tua equipa sobre o perfil da pessoa a contratar? Afinal, eles vão trabalhar com o “rookie” e sabem do que precisam.
Na SMARTIDIOM, para te dar mais uma vez o nosso exemplo, a nossa Happiness Manager, faz uma breve entrevista telefónica primeiro, depois faz uma entrevista presencial com o candidato juntamente com o Team Leader que coordena o departamento que o candidato vai integrar na nossa empresa e depois eu entrevisto sozinha os três melhores candidatos. No final, reunimo-nos os três e escolhemos a “nossa nova pessoa”.
Se a tua empresa está em crescimento e já tens um responsável de Recursos Humanos, podes e deves delegar o essencial das tarefas administrativas de recrutamento. Porém, é sempre recomendável que o último passo do recrutamento envolva uma conversa cara a cara com o teu candidato feita por ti. Pode ser via Skype, principalmente se o candidato estiver longe ou a posição envolver uma boa quantidade de trabalho remoto, mas este é um passo fundamental.
Como é o processo de recrutamento na tua empresa? E que outras dicas tens para partilhar comigo? Conta-me tudo nos comentários. Até ao próximo artigo! 😉